02/02/2010

[REVIEW] Silent Hill


Silent Hill, um assunto que demorei a escrever aqui neste blog.

Bom, em primeiro lugar quem me conhece sabe que eu tenho uma paixão doentia por essa série de jogos de video game. A explicação? Desde criança eu fui fã de histórias de terror, e esse gosto não mudou até hoje, sempre que possível arrumo um filme, um livro e até jogos de terror.

Mas Silent Hill é muito mais do que uma simples história de terror, ele explora os medos dos jogadores, mostra a fragilidade da mente humana e histórias de amor com um final surpreendente. Falando assim não dá para entender direito, por isso farei uma resenha de cada um dos jogos aqui para vocês entenderem (mas logicamente a experiência ficará melhor se vocês também jogarem)


Um pequeno resumo dos jogos da franquia:



Silent Hill foi lançado para o console Playstation no início de 1999, época onde Resident Evil, outro jogo de terror, estava no auge de sua popularidade. No inicio Silent Hill foi chamado de "cópia concorrente" de Resident Evil, mas com o tempo ganhou seu espaço no mercado pela sua jogabilidade diferenciada, gráficos superiores (para a época) e logicamente uma história original e cativante que envolvia ocultismo e tráfico de drogas e o ponto forte da série: a mistura do terror convencional "americano" com o terror psicológico. Um fato interessante sobre esse jogo é que a intenção de seus criadores era produzir apenas esse jogo, eles não pretendiam fazer nenhuma continuação, mas o pedido do público (e o capitalismo) acabou mostrando a popularidade do jogo e foi que...


Em 2001 foi lançado Silent Hill 2, mesmo sendo fã do jogo desde 1999, eu admito que até então eu não era tão viciado na série. Fui colocar as mãos nesse jogo apenas em 2003, pois na época ainda era um adolescente que dependia do dinheiro dos pais para comprar um video game novo, mas a espera valeu a pena. Esse jogo foi aquele que me fez me apaixonar pela série, pois diferente da maioria dos outros jogos, o segundo jogo não foi a continuação do primeiro, mas sim uma história totalmente nova. Existe certa discórdia entre os fãs do jogo pelo mundo, pois mesmo Silent Hill 2 sendo o jogo mais popular da série o gosto dos fãs se dividem entre "melhor jogo" e "pior jogo" da série, por justamente ser uma história original.

Neste jogo os produtores tentaram deixar um pouco de lado o terror convencional (cenários de sangue, violência gratuita, imagens perturbadoras e etc.) e se focaram mais no terror psicológico. Mostra personagens que claramente sofrem de distúrbios psicológicos, não vou dizer quais, mas esse jogo se foca mais no inconsciente dos personagens e de como ele se reflete na cidade.


O jogo foi um sucesso de vendas, mas os fãs estavam insatisfeitos ainda. Sim, eles ganharam a continuação que tanto queriam, e com uma história que é de fazer inveja aos maiores roteiristas hollywoodianos. Mas existia um pequeno problema (já deixo claro que esse não é o meu caso), a maioria do publico que a continuação direta do primeiro jogo. Então os produtores mais uma vez atenderam mais uma vez os pedidos dos fãs.


Silent Hill 3 foi lançado em 2003, e ele é o primeiro e até agora o único jogo da série onde o personagem principal é uma mulher. Atendendo aos pedidos dos fãs, esse jogo é a continuação do primeiro e acontece 17 anos depois do mesmo. Esse jogo também se diferencia por ser um dos que tem menos finais, apenas 3 em contraste dos 5 dos primeiro jogo e os 7 do segundo. Mas isso não foi um empecilho e ele conquistou uma popularidade tremenda entre os fãs. Nesse jogo os produtores decidiram aproveitar o conteúdo psicológico (e de sucesso) do segundo jogo e equilibrar com o terror convencional dos filmes de terror. Eles conseguiram um efeito totalmente real, e até então original, onde as paredes começam a se pintar com sangue no jogo em tempo real! O interessante desse jogo foi que ele mostrou que o final "feliz para sempre" do primeiro jogo foi só o inicio do pesadelo para o personagem principal do mesmo e do personagem deste jogo. E o final desde jogo, sendo tanto o final "bom" quanto o "ruim", mostra que a vida da personagem não será nada tranqüila após o fim dos créditos.


Silent Hill 4: The Room foi lançado em 2004 com um intervalo de apenas 1 ano em relação ao terceiro jogo da série, um tempo muito curto na realidade. O fato é que este jogo estava sendo produzido pela equipe de Silent Hill juntamente com o terceiro jogo da série mas ele era para ser um jogo diferente, ele não faria parte da série Silent Hill, mas seria um franquia totalmente nova, e foi chamado "Room 302" como titulo de produção. Mas o alto escalão da Konami achou melhor lançá-lo dentro da série Silent Hill, pois acredito eu, eles economizariam muito mais nos gastos de marketing, afinal lançar uma continuação é mais vantajoso do que uma franquia nova. Eu acredito, que pelo fato dos produtores terem que mudar o nome para Silent Hill, algumas adaptações foram feitas para sua história se encaixar com os outro jogos. E devo admitir que eles fizeram um ótimo trabalho.

Esse jogo foi marcado como o "inicio da queda" da série, e o ultimo a ser produzido pela equipe original japonesa. Ele se passa na cidade de South Ashfield, e só visitamos Silent Hill algumas vezes durante o jogo, ele também inovou na jogabilidade e mudou alguns padrões que estavam presentes nos 3 primeiros jogo, descartando itens como a lanterna e o rádio, e introduziu em certas partes do jogo uma visão em primeira pessoa do personagem principal. Ele também introduziu um limite de itens que o personagem pode carregar, coisa que não existia nos primeiros jogos.  Mas esse jogo, mesmo com tantas mudanças, ele conseguiu criar uma ligação entre todos os jogos da série, incluindo o Silent Hill 2, dentro da história geral do jogo.
Depois de 3 anos de pausa, em 2007 foi lançado Silent Hill Origins (Silent Hill Zero no Japão). O primeiro jogo a ser produzido por uma equipe americana, e a única pessoa da equipe original japonesa que contribuiu, e ainda contribui, foi Akira Yamaoka (Compositor das musicas de todos os jogos da série e produtor de Silent Hill 4). Este jogo foi lançado pela Climax para ser exclusivo de PSP, porém depois de um tempo foi lançado uma versão para Playstation 2.


A jogabilidade e os elementos do jogo voltam a seguir o padrão dos três primeiros jogos da série, e a história se passa 7 anos antes do primeiro jogo da série e mostra os acontecimentos que proporcionaram as condições do primeiro jogo. Esse jogo explora mais a historia da seita que existe na cidade e sobre o tráfico de drogas. Apesar de literalmente voltar as origens, esse jogo apresenta uma diferenciação nas armas brancas encontradas durante o jogo, elas quebram, e caso você não tenha nenhuma arma para atacar os inimigos você pode socá-los, coisa que só acontece nesse jogo.


Silent Hill Homecoming foi inicialmente anunciado como Silent Hill V, e foi lançado em 2008 pela produtora Double Helix Games, ou seja, mais uma vez por produtores americanos. Homecoming mostra mais uma vez uma história original, que passa numa cidade vizinha a Silent Hill chamada Shepherd's Glen, que possui uma relação com a cidade vizinha. O primeiro jogo da sétima geração dos video games, ele trás uma inovação no sistema de batalhas, e possui elementos de terror mais convencionais e menos psicológicos (embora os mesmo ainda estejam presentes).


A opinião dos fãs da série se dividem em relação entre jogo. Alguns dizem que ele é muito bom, outros dizem que ele é horrível e existem aqueles que dizem "o jogo é muito bom, mas se ele fosse lançado com outro nome fora de Silent Hill ia ficar bem melhor". Eu admito que o jogo é bom, gostei muito dele e ele possui alguns elementos dos jogos anteriores, porém em certos quesitos perdeu totalmente a relação.


Foi quando em 2009, no ano em que a série completa 10 anos, a Climax lança o jogo Silent Hill Shattered Memories. Desde a produção de Silent Hill Origins existiam boatos de que um remake do jogo original estaria em produção, no começo do ano passado foi revelado que esse jogo não é um remake, mas sim uma reimaginação do primeiro jogo. Por incrível que pareça, muita gente ainda acha que isso é um remake, mas ele é um jogo totalmente novo com uma historia totalmente nova onde eles pegaram apenas alguns elementos do jogo original.


Shattered Memories mais uma vez volta a exploração psicológica, e desta vez trás inovações que o diferencia em relação aos outros jogos. Em primeiro lugar ele possui um perfil psicológico que avalia seus atos e comportamentos durante o jogo, ele traça seu perfil através de formulários, perguntas e até através de itens que você observa durante o jogo. Isso determina diversos fatores como, os personagens que você encontra, as roupas dos personagens, a cor destas roupas e até a personalidade deles. Além disso o seu comportamento reflete até na aparência dos monstros do jogo. Os monstros começam com uma forma padrão, que vão modificando quando o jogo avança e refletem sua aparência de acordo com seus atos. E logicamente, seus atos também determinam o final do jogo.


Por enquanto eu fico por aqui. Como vocês podem ver, eu não coloquei muitos detalhes sobre os jogos por um simples motivo: vou dedicar um texto para cada jogo da série onde explicarei mais sobre a história do jogo e seus personagens. Também falarei sobre a série em outras mídias, como o filme, os quadrinhos e os livros. Então esperem que ainda vou escrever mais sete ou oito textos sobre o assunto.

Até mais!